Sirius, o maior complexo científico brasileiro
A única instituição da América Latina a ter um acelerador de partículas do seu gênero, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron completou 30 anos no ano passado e está construindo uma nova fonte de luz, o Sirius, que vai permitir um avanço sem precedentes em pesquisas de diversas áreas.
Para discutir a importância do laboratório e desse projeto para a ciência brasileira, o Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) realizou no dia 19 de outubro, às 9h30, no Espaço de Eventos do IEA-RP, a conferência Sirius, a nova fonte de luz síncrotron brasileira.
No evento, o físico Antônio José Roque da Silva abordou as pesquisas desenvolvidas no LNLS, um dos quatro laboratórios que integram o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), do qual ele também é diretor.
Roque da Silva disse ainda sobre o andamento do projeto Sirius, a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no País e uma das primeiras fontes de luz síncrotron de quarta geração do mundo. Esse projeto é 100% nacional e vai abrir enormes oportunidades para o estudo de materiais orgânicos e inorgânicos, fornecendo ferramentas de pesquisa de ponta inexistentes hoje no Brasil.
Antônio José Roque da Silva tem graduação e mestrado em Física pela Unicamp e pós-doutorados pela University of California em Berkeley e em Los Angeles. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, docente do Instituto de Física (IF) da USP e diretor do LNLS e do Projeto Sirius.
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Fontes de luz síncrotron são máquinas de grande porte que produzem um tipo de radiação com a função de desvendar a estrutura molecular e de partículas (elétrons) dos diferentes materiais para compreender as suas propriedades fundamentais. São a melhor ferramenta criada até hoje pela ciência com essa finalidade, e estão em constante aprimoramento
A criação de uma máquina tão complexa é produto de toda uma história de desenvolvimentos de ferramentas que permitiram ao homem observar a matéria com cada vez mais detalhamento, e que são decisivas para o avanço científico.
Ela permite o estudo da matéria nas suas mais variadas formas e tem aplicações em praticamente todas as áreas do conhecimento científico e tecnológico, como física, química, engenharia dos materiais, nanotecnologia, biotecnologia, farmacologia, medicina, geologia e geofísica, agricultura, oceanografia, petróleo e gás, paleontologia, entre outras.